A vestimenta própria dos sacerdotes

30/11/2020

Por Pe. Fr. Marcelo Aquino, O. Carm.

Ser ou não ser sacerdote? A pergunta parece que foge do tema do texto proposto a reflexão. Mas a pergunta é sim pertinente ao tema que vamos discorrer, embora a falta do hábito não faz do padre menos padre, mas o impede de ser reconhecido como sacerdote, isso nata tem a ver com "reconhecimento", que a sociedade tanto busca nos tempos hodiernos.

O hábito talar para os sacerdotes diocesanos e o hábito próprio da ordem ou congregação religiosa é a vestimenta oficial do sacerdote e não somente do sacerdote, mas dos religiosos não clérigos também.

Em muitos lugares do Brasil e do mundo se espalhou uma falsa explicação a respeito do uso da batina, a que essa foi suprimida para aproximar o povo, isso desculpe quem acredita, é uma desculpa muito furada, não condiz com a realidade, todo padre que usa batina sabe muito bem que é realmente o contrário que acontece, onde ele chega os católicos o reconhece como sacerdote.

A indumentária própria das mais diversas funções na sociedade são de grande importância, você já parou para pensar se todos os policiais andassem nas ruas sem sua farda? Já pensou se todos os médicos não usem sua roupa própria? Já pensou se não existissem nenhuma farda para nenhuma função? Realmente não seria tão fácil como as pessoas pensam.

Muitos sacerdotes não sabem o bem que fazem a sociedade ao se vestir como padres, ao testemunhar diariamente que é um homem de Deus e que não segue a moda do mundo, esse aparente bem menor, é realmente um grito de Deus para o mundo, chamando a conversão, pois, quando uma pessoa encontra um sacerdote devidamente identificado nas ruas ela é obrigada a lembrar de Deus.

A veste própria do sacerdote fala por si, ele não precisa sair gritando na rua que é um ministro de Deus, as pessoas percebem sem que ele precise abrir a boca, isso é um bem extraordinário. A veste do sacerdote impõe a ele a aos outros uma postura de respeito e veneração, já dizia o patrono dos párocos, são João Maria Vianney: "Quando virdes um sacerdote, lembrai de Nosso Senhor".

Mas num mundo onde os sinais que lembram a Deus estão cada vez mais escasso, uma luz no fim do túnel é possível enxergar, surgem em várias cidades do Brasil e do mundo, novos sacerdotes que se decidem a usar diariamente a veste talar, é um novo momento na história recente da Igreja, o povo reza e Deus chama santas vocações para o serviço do altar, empenhados em salvar almas.

O destemor aqui é alusão ao não medo do mundo e o que as pessoas irão falar, o que importa não é tanto o que as pessoas vão falar ou pensar, mas o que Deus irá achar deste ato de demonstração de amor a sua vida sacerdotal e ao santo serviço a que foi investido na sagrada ordenação presbiteral.

O mundo em que vivemos é carente de sinais, ele não está sedento de discursos, que se calem as bocas e falem o testemunho, pois, um homem devotado ao serviço de Deus é um grito a este mundo, dizendo acordai, voltai-vos para Deus.

Devemos nos empenhar no testemunho de vida cristã, não somente os sacerdotes, mas todos os fiéis. Muitas vezes os fiéis ficam muito empenhados em ver se o sacerdote está vivendo como deveria, mas não se empenha em viver a vida cristã como se deve.

A vida sacerdotal é um presente de Deus para a humanidade, aquele homem, que aparentemente é um homem comum traz grandes dádivas a terra pelas suas mãos ungidas para realizar a obra redentora de Nosso Senhor.

Infelizmente muitos sacerdotes não usam a sua veste própria, por causa de seus próprios superiores que não permitem, e também por causa de outros sacerdotes que ridicularizam aqueles que usam, existe também aqueles que tem medo de ser ridicularizado pelas pessoas inimigas da fé que temos na sociedade.

A verdade é que um sacerdote de batina ou um religioso de hábito faz tremer os infernos e revolta o satanás, pois a veste é sagrada e tudo que é sagrado causa ojeriza ao demônio.

O sacerdote precisa saber que ele jamais deve ter temor do mundo, quanto ao mundo deve sempre ser destemido, o temor devemos ter somente a Deus, nem ao satanás devemos temer, ele não pode nada conosco se nossa alma estiver unida a Deus.

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