Comunhão na mão ou na boca ?
Por Pe. Frei Marcelo Aquino, O. Carm
Comunhão na mão ou na boca
Um tema que tem sido espaço de debates nos tempos modernos e que ainda divide muitas opiniões é a forma correta de comungar, ou seja, como receber a Santíssima Eucaristia.
A Igreja nos ensina no documento *Redemptionis Sacramentum* que o fiel pode receber a Santíssima Eucaristia de quatro formas, a saber: na boca ou na mão, de joelhos ou em pé.
Porém, como ainda não estamos em uma ditadura e a Igreja nos permite expressar nossa opinião, conclamamos os fiéis católicos a optarem pela comunhão na boca. E por que achamos que esse é o modo mais salutar de se receber a Santíssima Eucaristia? Simplesmente porque a Igreja sempre ensinou que o modo correto de comungar era na boca e, como a Igreja é inerrante, entendemos que, se ela não errou quando ensinava que os fiéis deviam comungar na boca, então, não pode ser errado orientar os fiéis a comungarem dessa forma.
O problema apresentado é mais sério do que se possa imaginar. A comunhão na boca impede ou diminui as possibilidades de profanações da Santíssima Eucaristia. Além disso, receber a comunhão na boca favorece a piedade eucarística e promove o crescimento do amor e respeito a Nosso Senhor, realmente presente no Santíssimo Sacramento.
O sacerdote é o guardião da Santíssima Eucaristia e, portanto, ele deve garantir que o Augusto Sacramento seja sempre mais honrado e amado pelos fiéis.
O modo indigno de receber a Eucaristia favorece a descrença na presença real, um grande mal dos nossos tempos. Ao receber a Santíssima Eucaristia nas mãos com frequência, os fiéis vão perdendo o senso do sagrado e começam a crer que o Santíssimo Sacramento é apenas um símbolo do corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo.
No mundo, já existem muitos países em que a presença real caiu em descrédito, fazendo com que os fiéis deixem de prestar adoração e respeito ao Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Existe um grande movimento do mal que pretende arrancar a fé dos católicos na Santíssima Eucaristia. Por isso, muitos sacerdotes negam ao fiel a comunhão na boca e de joelhos. Até mesmo bispos, que deveriam ser os primeiros a orientar os sacerdotes a dar a comunhão aos fiéis da forma mais digna possível, têm permitido essa prática, embora sejam responsáveis pela liturgia na diocese.
Não se pode dar menos importância ao tema, pois trata-se do centro de nossa fé católica. A Igreja Católica vive da Eucaristia, e desprezar isso é rejeitar o próprio Divino Fundador.
Na sociedade, há defensores de tudo, menos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Nossa fé católica precisa ser defendida e, se os sacerdotes que são ministros de Deus não querem defendê-la, então o povo de Deus vai sair em defesa da fé e da verdade. Do mesmo jeito que um sacerdote "pode" negar a comunhão na boca, outro pode negar a comunhão na mão, e enquanto não se colocar ordem na casa, não se pode reclamar de quem se nega a dar comunhão na mão.
A comunhão na mão permite que os fiéis percam o senso do sagrado e não tenham consciência de que, na hóstia consagrada, está presente realmente o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Cristo está presente em cada mínima partícula que se solta da hóstia, e deixar cair no chão é desprezar novamente Nosso Senhor. Dar a comunhão na mão é entregar novamente Nosso Senhor nas mãos dos pecadores, como outrora fizeram aqueles que prenderam Nosso Senhor.
Se uma pessoa que recebe a comunhão na mão perde a fé na presença real, ela simplesmente deixa de ser católica. E, se eu deixo de ser católico, fico vazio, pois só Cristo pode me preencher, e Ele só é encontrado nas espécies consagradas do pão e do vinho, que, por mandato divino, somente a Igreja Católica tem autoridade para consagrar.
Ao longo dos séculos, Deus suscitou na Igreja grandes defensores da Santíssima Eucaristia, como São Tarcísio, que morreu defendendo a Eucaristia. Deus fez com que a Eucaristia entrasse no seu corpo, de forma que seus inimigos não a encontraram. Também suscitou São Pio X, o Papa da Eucaristia, São Julião Eymard, e tantos outros santos que defenderam a honra da Santíssima Eucaristia. Hoje, necessitamos de novos defensores da Santíssima Eucaristia para que o mundo seja transformado pelo Corpo Sacrossanto de Nosso Senhor.
Que nos tornemos almas eucarísticas para a defesa do cume de nossa fé católica.