Notícias Católicas
Elevação da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação à Dignidade de Basílica Menor"
A Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, no dia 17 de outubro de 2024, memória de Santo Inácio de Antioquia, acolhendo o pedido do bispo diocesano de Cruz das Almas, Bahia, através do Papa Francisco, no penhor de sua benevolência, eleva à dignidade de Basílica Menor a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação, em Santo Amaro, Bahia. A cerimônia de elevação ainda está para ser confirmada pela Diocese de Cruz das Almas."
Novas normas para funcionários do Vaticano: tatuagens e piercings proibidos
Por Almudena Martínez-Bordiú
1 de jul de 2024 às 14:47
O papa Francisco ordenou que os funcionários da Fábrica de São Pedro devem professar a fé católica, viver de acordo com ela, usar roupas decentes e adequadas, e não podem ter tatuagens ou piercings.
A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou um comunicado com o Quirógrafo do papa Francisco sobre o Estatuto e Regulamento do Capítulo da Basílica de São Pedro no Vaticano, com o qual determina novas normas para os funcionários da Fábrica de São Pedro, entidade que cuida de tudo o que se refere à basílica de São Pedro.
Todos os funcionários devem cumpri-lo, inclusive os chamados "sampietrini", responsáveis pela recepção, vigilância, limpeza e manutenção da basílica vaticana.
O documento, publicado no sábado (29), estabelece que devem "cuidar da aparência externa de acordo com as exigências e costumes do ambiente de trabalho".
Francisco determina que "são proibidas tatuagens visíveis na pele e piercings". Também devem "usar roupas decentes e adequadas à atividade que vão realizar".
Será também obrigatório "professar a fé católica e viver de acordo com os seus princípios", assim como demonstrar que são casados na Igreja apresentando a "certidão de casamento canônica", a certidão de batismo e de crisma e demonstrar que não têm registro criminal.
O Quirógrafo diz ainda que os funcionários da Fábrica "comprometem-se a observar uma conduta religiosa e moral exemplar, inclusive na vida privada e familiar, de acordo com a Doutrina da Igreja".
"Os funcionários são obrigados a comportar-se educadamente durante o serviço, respeitar o local sagrado e ser corretos com os demais e com o meio ambiente", diz o documento.
O artigo 10 estabelece que os funcionários são obrigados a observar estritamente a confidencialidade e não podem "fornecer a quem não tenha o direito a isso, informações sobre acontecimentos ou notícias que tenham tido conhecimento em virtude do seu trabalho ou serviço".
"Será tomado especial cuidado na observância do segredo pontifício, de acordo com as normas vigentes", continua.
Sem autorização prévia, "ninguém poderá emitir declarações e entrevistas, nem mesmo por meio de instrumentos e plataformas digitais, relacionadas às pessoas, atividades, ambientes e orientações da Fábrica".
Alta de conversões de muçulmanos a fé Católica na França: como responde a Igreja?
Por Solène Tadié
Em um momento em que cresce a preocupação com a ascensão do islã, que ameaça tornar-se a principal religião em países historicamente católicos como a França, um fenômeno de importância fundamental não pode ser ignorado: o crescimento exponencial de conversões de muçulmanos ao cristianismo.
Marie-Anne e Nicolas são dois convertidos do islã que foram batizados na Páscoa deste ano. Como muitos outros catecúmenos que deixaram o islamismo, a sua jornada é ao mesmo tempo desafiadora e edificante.
Foi enquanto acompanhava o seu marido moribundo da Argélia a um hospital na Bélgica em 2015, que Marie-Anne (nome de batismo; o nome civil não pode ser revelado por segurança) ficou impressionada com a humanidade e compaixão demonstradas por uma enfermeira católica, a ponto de querer "saber mais" sobre a figura de Jesus, como explicou em entrevista ao jornal National Catholic Register, do grupo EWTN a que pertence ACI Digital.
Essa sede de Cristo, que se tornou insaciável ao longo dos anos, despertou as suspeitas da sua família na Argélia. Uma vez viúva e prometida a um homem que a "reeducaria" na fé muçulmana, abandonou uma posição de prestígio e seus confortos materiais para fugir para França com os seus dois filhos, onde completou o catecumenato.
Foi essa mesma atração pela relação distinta do Cristianismo com a caridade e o amor ao próximo sem distinções que levou Nicolas, um francês que se converteu ao islamismo em 2008, aos 26 anos, e depois migrou para a Indonésia, a abraçar a fé católica e voltar à sua terra natal. A sua conversão, que começou a florescer em 2017 – e culminou numa experiência espiritual na basílica de Sacré-Coeur, em Paris, ao rezar ao lado de uma estátua de santa Teresinha de Lisieux – resultou no divórcio da sua esposa muçulmana e no afastamento de seus dois filhos, que permaneceram na Indonésia.
Ele disse que está longe de ser um caso isolado na Indonésia, onde conheceu muitos ex-muçulmanos que se converteram ao cristianismo sem conseguirem formalizar a sua nova religião, uma vez que a conversão ao cristianismo é proibida no islamismo.
"Pude observar que a guerra civil na Síria e a ascensão do Estado Islâmico em particular provocaram uma onda de apostasia, muitas vezes a favor do Cristianismo", disse ele ao Register.
Isso é mostrado no estudo do missionário David Garrison, apresentado no seu livro de 2014 "A Wind in the House of Islam " (Um vento na casa do islã, em tradução livre). Ele estima que entre 2 milhões e 7 milhões de muçulmanos se converteram ao cristianismo em todo o mundo nas últimas duas décadas, chamando esse movimento de "a maior conversão de muçulmanos a Cristo na história".
Acolhendo os novos convertidos
Da mesma forma que as Igrejas locais na Europa começam a reconhecer a necessidade de responder de forma adequada ao retorno dos jovens ao catolicismo através de comunidades tradicionalistas e carismáticas, elas também começam a pensar como acolher os vários convertidos do islamismo.
A arquidiocese de Paris criou o serviço pastoral Ananie em 2000 para encaminhar os novos convertidos do islamismo para paróquias adequadas às suas necessidades e a formar sacerdotes e fiéis para os acolher da melhor forma possível.
O padre Ramzi Saadé, que dirige o Ananie em Paris, estima que 10% a 20% dos batismos na Páscoa deste ano na arquidiocese de Paris são de convertidos do islamismo. Ele destaca que, embora a ausência de números oficiais impeça uma avaliação precisa, o que está acontecendo é definitivamente um fenômeno exponencial.
"Cerca de 50 pessoas que passaram por Ananie serão batizadas entre este ano e o ano que vem na arquidiocese de Paris, mas ouvi falar de muitos outros catecúmenos do islã com os quais não tenho contato", disse ele ao Register.
Esse aumento nos batismos de convertidos do islamismo faz parte de uma tendência geral de aumento acentuado nos batismos de jovens adultos entre os 18 e os 25 anos em França, com um aumento do número de mais de 30% de novos catecúmenos em 2024, ao mesmo tempo que esse aumento foi de 28% em 2023 .
Em meio à turbulência da sua conversão imprevista, Marie-Anne e Nicolas também enfrentaram o desafio de se integrar às suas novas comunidades católicas.
A rede Ananie desempenhou um papel crucial nesse processo, oferecendo a estes novos convertidos uma âncora valiosa graças à missa semanal às quartas-feiras, seguida de um tempo de estudo e diálogo amigável entre ex-muçulmanos.
"Senti uma espécie de indiferença na minha nova paróquia por causa do meu passado", lembrou Nicolas. "Embora eu tenha nascido na França, demorei muito para me sentir integrado. Me senti muito isolada e conhecer a rede Ananie me fez muito bem."
Foi precisamente para compensar a falta de preparo de muitas paróquias católicas para acolher os convertidos do islamismo que o serviço Ananie surgiu a pedido de Saadé ao então arcebispo de Paris, dom Michel Aupetit. Cristão maronita do Líbano, Saadé foi ordenado sacerdote em 2018 na Igreja Maronita, que está em comunhão com Roma, e traz uma experiência de campo inestimável para o projeto.
Além da missão de acolher os novos convertidos e orientá-los para as paróquias adequadas, oferece também, através do site da rede,"manuais" para paróquias e acompanhantes dos catecúmenos, assim como vídeos de formação.
"Percebi que muitos novos convertidos do islamismo abandonaram a Igreja Católica, não porque os fiéis foram indelicados com eles, mas porque muitas vezes querem mostrar-se tão favoráveis ao islamismo que chegam a explicar que adoramos o mesmo Deus e que, no final, não há necessidade de se tornar cristão para ter acesso à salvação", disse Saadé ao destacar que esta abordagem equivocada diz respeito tanto a clérigos como a leigos.
"No entanto, muitos daqueles que se unem a Cristo fazem-no arriscando as suas vidas: alguns deixaram os seus países, foram rejeitados pelas suas famílias; eles estão em perigo real – a última coisa que precisam é ser enviados de volta à sua identidade muçulmana."
Na sua opinião, o diálogo inter-religioso implementado pelas autoridades da Igreja nas últimas décadas, que tem sido muito benéfico para a compreensão mútua das culturas e dos povos, também pode por vezes ser uma fonte de mal-entendidos sobre o dever de anunciar dos cristãos no Ocidente.
"Muitas pessoas de origem islâmica que chegam a uma paróquia para se tornarem cristãs são muitas vezes acolhidas de uma forma inadequada à sua situação, como se ainda fossem muçulmanas, quando na verdade já não o são", continuou.
Irmã Vicenta Guilarte Alonso, com quase 50 anos de missão no Brasil, será venerável
O Papa Francisco autorizou o Dicastério das Causas dos Santos a promulgar 6 Decretos que reconhecem o martírio de 2 sacerdotes e as virtudes heroicas de 4 Servos de Deus, entre eles, da espanhola Irmã Vicenta Guilarte Alonso (1879-1960), da Congregação das Filhas de Jesus. A futura venerável viveu em missão no Brasil por quase 50 anos, dedicando-se com amor e humildade à educação de crianças pobres.
Andressa Collet - Vatican News
A Irmã Vicenta Guilarte Alonso, espanhola, em missão no Brasil por quase 50 anos, será venerável. As virtudes heroicas da Filha de Jesus de Burgos foram reconhecidas através de um dos 6 Decretos autorizados pelo Papa Francisco para serem promulgados pelo Dicastério para as Causas dos Santos. A aprovação foi concedida em audiência do Pontífice com o prefeito Marcello Semeraro na manhã desta quinta-feira (20/06).
A futura venerável nasceu em 21 de janeiro de 1879 na cidade espanhola de Rojas, na Província de Burgos, na Espanha. Entrou no convento das Filhas de Jesus em Burgos, uma congregação que havia sido fundada em Salamanca por Cândida Maria de Jesus, que se dedicava principalmente à educação da juventude.
Em 1909 fez os votos perpétudos e dois anos depois foi enviada, juntamente com cinco companheiras, para missão no Brasil. Estabelecidas na cidade de Pirenópolis, em Goiás, um lugar incômodo no interior da floresta, Irmã Vicenta e as religiosas abriram um colégio para a educação de meninas, dedicando-se especialmente às crianças mais pobres.
Em 1927, partiu para Leopoldina, no estado de Minas Gerais, onde, apesar de ter exercido a função de vice-priora, também exerceu a tarefa de porteira do Colégio Imaculada Conceição, que aceitou com humildade, um ofício que desempenhou exemplarmente até a sua morte em 6 de julho de 1960, após uma queda que lhe causou a quebra do fêmur.
Mesmo em vida, alguns fiéis atribuíam a solução de muitos de seus problemas às suas orações e, ao saberem do seu falecimento, houve uma grande manifestação de condolências em toda a cidade de Leopoldina, onde ela era considerada "a santinha do colégio".
Os outros futuros beatos
Os outros Decretos autorizados pelo Papa reconhecem dois martírios e as virtudes heroicas de mais 3 Servos de Deus, que são:
- o martírio do Servo de Deus Luigi (nascido Matteo) Palić, em albanês Paliq, sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores. Ele nasceu em 20 de fevereiro de 1877 em Janjevo, em Kosovo, e foi morto por ódio à fé em 7 de março de 1913 em Peje, na Albânia;
- o martírio do Servo de Deus Giovanni Gazulli, sacerdote diocesano. Ele nasceu em 26 de março de 1893 em Dajç de Zadrima, na Albânia, e foi morto por ódio à fé em 5 de março de 1927 em Shkodër, no mesmo país albanês;
- as virtudes heroicas do Servo de Deus Isaia Columbro (nascido Nicola Antonio Maria), sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores. Ele nasceu em 11 de fevereiro de 1908 em Foglianise, na Itália, e faleceu na cidade italiana de Vitulano em 13 de julho de 2004;
- as virtudes heroicas da Serva de Deus Maria Costanza Zauli (nascida Palma Pasqua), religiosa professa das Servas do Sagrado Coração e fundadora das Servas Adoradoras do Santíssimo Sacramento. Ela nasceu em 17 de abril de 1886 em Faenza, na Itália, e faleceu na cidade italiana de Bolonha em 28 de abril de 1954;
- as virtudes heroicas da Serva de Deus Ascensión Sacramento Sánchez Sánchez, do Instituto Secular Cruzada Evangélica. Ela nasceu em 15 de junho de 1911 em Sonseca, na Espanha, e faleceu na capital Madri em 18 de agosto de 1946.
Polônia: mais um domingo de marchas pela vida e a família em 10 cidades
Com o slogan "Unidos pela vida, a família e a pátria", foi realizada mais uma série de marchas neste domingo (16/06) em 10 cidades da Polônia. De abril a outubro, as marchas são realizadas em mais de 50 cidades, e a Conferência Episcopal Polonesa incentiva a participação dos fiéis. Kwaśniak, coordenador da mobilização: "queremos expressar a nossa oposição às ações que minam os direitos à vida desde a concepção até a morte natural".
Karol Darmoros - Varsóvia
Neste domingo (16/06), as marchas sob o slogan "Unidos pela vida, a família e a pátria" tomaram as ruas de Varsóvia, Cracóvia e Gdańsk, mas também de cidades menores como Łęczna, Gryfic ou Dzierżoniów. Na capital da Polônia, a marcha com uma missa na Igreja de Santa Aleksandra, na Praça das Três Cruzes. Em seguida, os participantes passaram pelo Parlamento e pelo Gabinete do Primeiro Ministro, concluindo a marcha em frente ao Monumento ao Marechal Józef Piłsudski, no Belvedere.
As Marchas pela Vida
"Vamos a esses edifícios do Poder Público para expressar preocupação com atividades que atacam a ordem social e moral, e apelamos às autoridades para que abandonem esse tipo de ação, que mina os direitos à vida desde a concepção até a morte natural, e respeitem os princípios que derivam da fé cristã e da civilização latina", enfatiza o coordenador das Marchas pela Vida e a Família, Paweł Kwaśniak, do Centro pela Vida e a Família. E ele deixa claro que a objeção não se refere apenas aos quatro projetos pendentes no Parlamento que estendem a legalidade do aborto até a 12ª semana de vida do feto. O Centro para a Vida e a Família também se opõe às tentativas de negar o princípio de que os pais criem seus filhos de acordo com sua consciência.
A Marcha pela Vida e a Família em Varsóvia será acompanhada pelo sino "A voz do não nascido", que tocará ao longo do percurso da marcha. "Para despertar as consciências dos deputados, senadores, membros do governo, do primeiro-ministro e do presidente", observou Paweł Kwaśniak.
As marchas como grandes reuniões de família
Em entrevista à Rádio Vaticano-Vatican News, Kwaśniak chama a atenção para o caráter nacional da Marcha pela Vida e a Família, que em muitas cidades e em muitos lugares é o evento público mais importante do ano. Além disso, as marchas são uma ótima oportunidade para integrar as famílias que se reúnem em piqueniques multigeracionais.
"Damos tanto espaço às famílias, especialmente às famílias numerosas, para mostrar a toda a sociedade que essas famílias existem, que criam filhos, que o amor conjugal pode ser bonito, baseado na responsabilidade, cujo fruto são filhos aceitos no mundo e criados por cônjuges amorosos. Por meio desse exemplo", continua Paweł Kwaśniak, "as famílias podem incentivar os jovens a formar suas próprias famílias, cultivando o amor e a responsabilidade".
A voz do Episcopado em defesa da vida
As Marchas pela Vida e a Família são realizadas com o patrocínio da Conferência Episcopal Polonesa. "Preparamos e enviamos aos fiéis uma carta pastoral em defesa da vida concebida. Sabemos que a Igreja defende a vida desde o início, ela é um grande dom de Deus e é protegida por várias instituições, mas também pela Constituição da República da Polônia, pela Carta dos Direitos Fundamentais da UE, pela Declaração dos Direitos Humanos", explica o arcebispo Tadeusz Wojda, presidente da Conferência Episcopal Polonesa, que convida os fiéis a participarem das marchas. Em sua carta, lida neste domingo (16/06) nas igrejas, os bispos poloneses enfatizam que a vida, "como valor supremo de todo ser humano e elemento fundamental do bem comum, é um bem fundamental, superior à liberdade individual dos outros". "Portanto", acrescentam, "ninguém, em nome da liberdade pessoal, tem o direito de decidir sobre a vida de outra pessoa".